O jornalista Gerson Barboza faleceu neste domingo (27/6), de infarto, aos 65 anos. Ele era diretor administrativo na atual gestão do prefeito Omar Nagib Moussa.
Barboza foi funcionário municipal na década de 1970. Deixou o cargo para fundar o jornal Santa Rosa Notícias, em 1979, que, por mais de duas décadas, ostentou uma linha editorial que não poupava críticas ao Poder Público e ao grupo Matarazzo, além de registrar a vida santa-rosense no período.
Candidatou-se a prefeito de Santa Rosa de Viterbo nas eleições de 1988, quando obteve 722 votos, mas já participara ativamente da campanha de seu pai, Ari Carneiro Barbosa, em busca do mesmo cargo, no pleito de 1982. Foi candidato a vereador em 2020, mas não se elegeu.
Sua verve político-partidária levou-o à assessoria do deputado Waldir Trigo, o que lhe permitiu proximidade com grandes figuras do PMDB e com outros grandes nomes da política, como Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso. Ambos estiveram em Santa Rosa discursando em comícios de apoio à sua candidatura a prefeito. Além de Waldir Trigo, assessorou, mais recentemente, outro deputado estadual, David Zaia.
No futebol, foi atacante amador pelo Santa Rosa FC e ADC Amália e profissional por um time da cidade de Cravinhos.
O falecimento do jornalista foi lamentado pelo prefeito Omar Nagib Moussa e por sua equipe, que manifestaram suas condolências aos amigos e familiares. Empresários e vereadores do município, assim como o deputado federal Ricardo Silva (PSB), compareceram ao velório. O ex-deputado federal Chico Alencar, atual vereador no Rio de Janeiro (PSOL), enviou sua homenagem em um bonito depoimento, que foi lido para os presentes poucos minutos antes do enterro.
Na homenagem, Alencar, que era amigo do jornalista, afirma que: “Com o Gerson se vai um pedaço de nós. O melhor pedaço, que ele oferecia a quem chegasse, com seu jeito ‘cabreiro’, mas prestativo, generoso, sensível. Craque na bola – do que muito se orgulhava –, era também craque na vida, que, para ele, era sempre um jogo tenso, por outro lado. Difícil imaginar aquele corpo esguio sem vida, aquele rosto sem sorriso...
Gerson foi bem mais que o filho do Ari Carneiro e da Ofélia, neto do maestro Plácido Bertocco. Constituiu, com essas boas raízes, sua personalidade de pai amoroso e ‘coruja’, avô dos netos e de todas as crianças que chegavam perto. Jornalista saudosista do ‘Santa Rosa Notícias’, reportava o cotidiano com sua dedicada vocação pública. ‘Franciscano’ laico, amava também os animais, as plantas, tudo o que pulsava.
Preso às canções, entregue às paixões que nunca tiveram fim, nosso Gerson – o ‘D´Artagnan’, para o Paulo Emílio, o ‘Baiaco’, para a Simone Guimarães e tantos outros – partiu fora do combinado, do jeito que gostava de ficar: sem alarde, sem incomodar. Mas está sendo um tremendo baque para todos nós, rapaz! Isso não se faz, irmão! Difícil será, para os amigos de longe, chegar em Santa Rosa e não tê-lo por perto, reclamando das mazelas, contando ‘causos’ da querência, preparando uma comidinha com o tempero que mais usava: o da partilha. Bebericando e louvando a existência linda e sofrida em canções, com a música que o embalava e nos comovia. Música que fez o seu bordão de vida: ‘o importante é que nossa emoção sobreviva!’".
Uma salva de palmas marcou sua despedida. Gerson Barboza deixou duas filhas e quatro netos.