Os sucessivos incêndios de grandes proporções registrados no município de Santa Rosa de Viterbo têm chamado atenção. Com o objetivo de esclarecer as ações realizadas até o momento e também buscar uma solução para o problema, a Prefeitura Municipal realizou uma reunião nesta sexta-feira (10) com as autoridades locais.
Participaram do encontro o juiz de direito da Comarca da cidade, Dr. Alexandre César Ribeiro; o promotor, Dr. Vinícius Henriques de Resende; o delegado de Polícia, Dr. Elton Henz; o investigador Paulo Marcusi; o soldado Rodrigo Chagas; o presidente da Câmara Municipal, Luis dos Reis Augusto (Bode); o prefeito, Omar Nagib Moussa; o diretor de obras e o diretor jurídico da prefeitura, Marcelo Benjamin Sordi e Maurício Rapatoni, respectivamente.
Omar ressaltou que a cidade enfrenta incêndios há 63 dias ininterruptos; citou as ações realizadas pela prefeitura e as boas intenções para resolver o problema e que, inclusive, vem buscando recursos e apoio nesse sentido. O prefeito comentou, ainda, que conversou recentemente com os prefeitos de São Simão e Cajuru, buscando firmar parcerias que resultem em soluções.
A prefeitura mantém plantão de 24 horas para atender às demandas envolvendo queimadas e uma Brigada de Incêndio composta por 12 pessoas, dois caminhões-pipas e um trator com tanque. A cidade conta também com a ajuda de produtores rurais e usinas, que disponibilizam caminhões-pipas, tanque de água, tratores, máquina operadora, além da própria ajuda no combate ao fogo.
Muitas vezes, não se consegue atender prontamente os casos, que foram muitos nos últimos dias. O diretor de obras da prefeitura disse que a quase totalidade das queimadas acontece por ações humanas e, diante de tantas ocorrências, a prioridade acaba sendo pelos vulneráveis e pelo entorno da cidade.
Outro problema enfrentado são os trotes sobre incêndios, que acabam atrapalhando o serviço dos brigadistas. De acordo com o diretor, só no mês de setembro foram contabilizados 29 focos de incêndio e a prefeitura recebeu 44 ligações falsas de diversos números privados, a qualquer hora do dia e da noite. “Antes deslocávamos o caminhão para o local, mas agora vamos checar se é verdade, pois, em muitos desses casos, realmente ocorre o incêndio, mas é em outro local da cidade. Assim, o socorro acaba atrasando”, comentou o diretor.
O juiz Dr. Alexandre César Ribeiro sugeriu que a prefeitura desenvolva uma campanha educativa sobre a necessidade de prevenir a ocorrência de incêndios, como alertar a população sobre os riscos no período mais seco do ano, que se estende até o final de setembro, inclusive buscando o apoio do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto para ajudar neste contexto.
O soldado Chagas informou que a Polícia Militar já faz patrulhamento preventivo e ostensivo na zona rural, inclusive agora também por meio do projeto Atividade Delegada e Inteligente, visando a coibir roubos de propriedades e também incêndios.
Entre as sugestões oferecidas pelos participantes, que serão estudadas pela prefeitura, destacou-se a implantação de um sistema de monitoramento via rádio que conecta diretamente os produtores rurais entre si e também com a polícia, a fim de agilizar o atendimento às ocorrências.
Vale lembrar que provocar incêndios, seja de forma intencional ou por acidente, é crime ambiental e rende punição em instâncias variadas. Os autores respondem em esfera administrativa, com multa, por exemplo, e criminal, por dolo ou culpa. “Em todos os casos, é obrigatório recompor a vegetação destruída”, lembrou o promotor no final do encontro.